Quando o céu já não pode esperar

Onde é que Paulo estava com a cabeça quando afirmou que para ele a morte era lucro (Fp.1:21)? Parece não conseguiu convencer muita gente! Para a maioria dos que se dizem cristãos a morte continua sendo um bichão papão, um inimigo invencível, o maior de todos os prejuízos. Como já disseram por aí, todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém tem pressa. 

Recentemente noticiou-se que um presbítero de 87 anos faleceu em pleno culto após ter pregado um sermão em que enfatizou que Jesus é a ressurreição e a vida. Ironicamente, enquanto a igreja cantava o refrão de um louvor que dizia “Chegou a sua hora”, o velho guerreiro deu seu último suspiro e partiu para a eternidade. Segundo o pastor daquela igreja, aquele era o ‘sonho de consumo’ do ancião. Deus cumpriu o seu desejo ao tomá-lo durante o culto. Por saber disso, a igreja reagiu surpreendentemente, glorificando a Deus em vez de lamentar a partida do veterano presbítero. 

Tal ocorrido me lembrou de meu velho pai, que costumava dizer que seu sonho era morrer enquanto pregava. Em vez disso, Deus o tomou enquanto dormia. Minha mãe, ao levantar-se pela manhã, flagrou-o deitado de braços e olhos abertos, esboçando um sorriso discreto, e achando que estava brincando, tentou acordá-lo inutilmente. Deus o tomara para Si. Se o que Jesus disse deve ser levado a sério, não foi a morte que meu pai viu, mas a face do Filho de Deus (Jo.8:51). Por isso o semblante dócil em lugar de pavor. 

Outro caso digno de ser registrado é do pastor e cantor Moysés Malafaia, que no dia 18/07/2007, com 40 anos, foi tomado subitamente pelo Senhor enquanto pregava diante de 2 mil pessoas numa igreja do subúrbio carioca. Sua última palavra: ALELUIA! O lema de sua vida foi provado diante de uma multidão: ADORAREI ENQUANTO EU EXISTIR E FÔLEGO HOUVER EM MIM. Ele partiu adorando e deixando sua vida se gastar até a morte pelo evangelho do Reino de nosso Deus, sem clamar ou pedir por ajuda. No último fôlego que lhe restou, adorou a Deus!
Que outra reação deveríamos ter diante da morte? 

Gosto de ler o deboche de Paulo: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó morte, a tua vitória?” (1 Co.15:55). O último inimigo da raça humana foi vencido, e chegará o dia em que finalmente será destruído (v.26).

Por isso, não há o que temer! Não há uma figura fantasmagórica de foice nas mãos à nossa espera na próxima curva. Não importa em que condições partiremos, se durante um culto, num leito ou num acidente automobilístico. Fecharemos os olhos aqui e abriremos na glória eterna, cara a cara com Aquele por cuja graça fomos alcançados. Através de Sua morte, Cristo aniquilou o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, libertando assim a todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão (Hb.2:14-15).

O mundo não pode entender nossa postura diante da morte, porque não conhece o Autor da Vida. Muitos pasmaram diante da reação de dois pastores vítimas de um acidente envolvendo sete veículos na Rodovia do Contorno, trecho da BR 101 que liga Serra a Cariacica no Espírito Santo.

Testemunhas do episódio contam que os pastores Nelson Palmeiras e João Valadão, ainda com vida e presos nas ferragens, em meio a um mar de sangue que os envolvia, começaram a cantar um hino que dizia:

Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!
Ainda que seja a dor
Que me una a ti,
Sempre hei de suplicar
Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!

Foi esta mesma canção que os membros da banda que estava a bordo do Titanic entoaram enquanto o navio afundava.

“Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos!” (Sl.116:15). Deus não é sádico! Ele não Se deleita em show de horreres, em banho de sangue. Mas nada Lhe compraz mais do que a postura dos santos perante a morte. 

Para quem está em Cristo, morrer não significa ver a morte, mas deixar o tempo e adentrar a eternidade. Significa estar “mais perto de Deus”. Por isso morrer é lucro! Paulo diz que desejava partir “e estar com Cristo, o que é muito melhor!” (Fp.1:23). Muito melhor do que qualquer prazer que este mundo possa nos oferecer. Muito melhor do que a companhia de nossos entes queridos. Muito melhor do que as riquezas daqui. É simplesmente incomparável. Não creio que haja algum “estado intermediário” entre a morte e a glória eterna. Assim como não creio em purgatório. Creio sim, que deixamos o tempo e somos remetidos diretamente à eternidade, sem escalas, sem espera. O Dia do Senhor, o Juízo Final, nosso encontro com Ele nos ares, tudo isso se dará num piscar de olhos. Fechamos os olhos aqui, ao reabri-lo nos vemos diante do Senhor da Glória. Aleluia! Não haverá gozo maior que esse. Cara a cara com a razão de nossa existência!

Isso não significa que devamos desejar a morte. Não somos suicidas. O que nos prende a esta vida não é mais o medo da morte, mas o amor àqueles que nos foram confiados. Paulo explica que mesmo acreditando que morrer seria lucro, ele julgava mais necessário permanecer aqui por amor dos irmãos, tendo em vista o progresso e gozo de sua fé (Fp.1:24-25). Portanto, não se trata de apego a esta vida, mas de zelo por cumprir o propósito de nossas existências terrenas, que gira em torno do bem-estar dos que foram postos sob nossos cuidados.

Ninguém deixará esta vida enquanto o propósito de Deus para a sua existência não se cumprir. Nossos dias estão previamente ordenados (Sl.139). E quando chegar a hora, Deus encherá de paz o nosso coração e consolará àqueles que deixarmos. 

Enquanto não chega nossa hora, vivamos por aquilo pelo qual estejamos dispostos a morrer. Não nos poupemos, mas deixemo-nos gastar por amor aos que nos foram dados. Afinal, é por eles, e unicamente por eles, que ainda estamos aqui.

Texto de H. C Fernandes

O Banquinho!

Existe um banquinho que ilustra bem como funciona um relacionamento.

Ele têm três pernas que o sustentam, e o nome delas é:

1. Amizade

2. Romance

3. Espírito


Este banquinho dificilmente ficará de pé por muito tempo se uma destas pernas estiver menor que a outra.

1. Amizade
Você pode ser muito espiritual e romântico, você sempre ora com ela e dá presentes bonitos. Mas vocês mal conversam, mal têm intimidade para falar besteiras e se divertirem com nada muito especial. A amizade entre um homem e uma mulher que se amam é fundamental para sustentar o relacionamento.
A paixão idealista gera frustrações, mas “o amigo ama em todo o tempo.” (Provérbios 17:17)
Para os solteiros: busque alguém que você se sinta à vontade e possa ser você mesmo.
Para os comprometidos: invista na amizade, seja sincero e genuíno, porque vale mais a pena amar uma amiga do que idealizar uma paixão.

2. Romance
Você pode ter uma grande amiga do teu lado, que ora contigo, mas que poucas vezes vocês têm momentos em que sentem uma química especial, como se aquela pessoa fosse a mais especial no mundo inteiro. Deus criou o mundo tão belo, com tantos detalhes e presentes para que nós o amássemos. Da mesma forma, o romance é fundamental para que haja um relacionamento entre o homem e a mulher.
“O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele.” (Cânticos 5:4)
Para os solteiros: busque alguém que você sinta algo genuíno e especial, e não tenha um relacionamento por carência, conveniência, ou pressão dos outros.
Para os comprometidos: invista em fazer sua companheira feliz, pois isto te fará feliz.

3. Espírito
Somos feitos de corpo, alma e espírito. Você pode amar sua mulher com uma paixão que parece eterna, e ela pode ser a melhor companhia que você já teve em toda sua vida. Mas se vocês não desenvolverem um relacionamento espiritual, há grandes chances de tudo dar errado um dia, sem explicações.
“Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade.” (Ecl. 4:12)
Para todos: se Deus for o centro do seu relacionamento, Ele sustentará o amor, pois Deus é amor. Busque sempre direcionar seu relacionamento para Deus, porque assim ele se firmará no amor mais puro e sincero que existe, e não será rompido com as tempestades da vida.

Dessa ninguém escapa, nem você!

Frutos! Muito tem sido dito acerca disso. Temos que dar frutos, vociferam os pregadores  em seus cultos dominicais. Uns confundem os frutos com almas ganhas para Cristo. Outros confundem com ofertas tragas no gazofilácio. Do que se trata, afinal, tais frutos?

O fruto é o que se espera de uma árvore. Cada árvore deve produzir de acordo com sua espécie. Portanto, seus frutos denunciarão qual é sua verdadeira natureza. Jesus deixou isso muito claro: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Do mesmo modo, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não se pode a árvore boa produzir maus frutos, nem a árvore má produzir frutos bons” (Mt.7:15-18).
 
Em outras palavras, não se deixe enganar pela aparência, pela voz suave, pelo jeito cativante. Verifique os frutos, não apenas a curto prazo, mas também a médio e longo prazo. Jesus também alerta sobre isso: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça (Jo.15:16a).
 
Portanto, não importa apenas a quantidade de frutos, mas também sua qualidade. Se o fruto dado não resiste ao tempo, é sinal de que há algo errado com a árvore.

Éramos todos ramos de uma árvore chamada Adão. Tudo o que produzíamos já vinha bichado, apodrecido pelo pecado. Paulo levanta a questão: “E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? pois o fim delas é a morte” (Rm.6:21). A seiva de que nos nutríamos estava comprometida. Mas Deus nos removeu dessa árvore e nos enxertou numa nova árvore, a saber, Jesus Cristo, a Videira Verdadeira. Esta o operação de remoção e enxerto pode ser chamada de “arrependimento”.

O que Deus espera de nós, agora? Que produzamos “frutos dignos de arrependimento” (Mt.3:8). Tais frutos apontam para o conjunto de nossa vida, e não apenas para as ofertas ou pessoas que trazemos à igreja. A maneira como tratamos nosso cônjuge, nossos filhos, colegas de trabalho, e até com os nossos inimigos, como lidamos com a possessão de bens materiais, como reagimos a uma crise, etc. Enfim, nosso comportamento vai revelar de que árvore somos ramos e de que seiva temos nos alimentado.

O apóstolo Paulo chama este conjunto de “o fruto do Espírito”. Em vez de usar a palavra grega  γέννημα (gennēma), traduzido geralmente como “ frutos” (plural), ele usa καρπός (karpos), que geralmente é traduzida como “fruto” (singular). O que ele tem em mente é um cacho de uvas (lembre-se que Cristo se apresenta como a Videira). Cada uva é uma gennēma, mas o cacho inteiro é um karpos. Você nunca vai encontrar um cacho de uvas com espaços vagos. Da mesma maneira, quando somos partícipes da Videira Verdadeira, Sua seiva que é o Espírito Santo produz em nós o fruto completo: “Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl.5:22-23).

Há uma lista parecida oferecida por Pedro (2 Pe.1:5-7), onde ele termina dizendo: “Pois se em vós houver estas coisas em abundância, não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (v.8).

Aquele que estando n’Ele não dá o fruto esperado, recebe d’Ele o trato necessário. Segundo Jesus, quem não dá fruto é cortado, pois ocupa inutilmente o espaço (Mt.21:43), enquanto quem produz é podado pra que produza ainda mais. 

Ninguém fica imune à tesoura do podador (Jo.15:2). O que demonstra que Deus Se importa tanto com a qualidade de nossos frutos, quanto com a quantidade de nossa produção.


Por Hermes C. Fernandes
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SOZINHOS, VAMOS MAIS RÁPIDOS. JUNTOS, VAMOS MAIS LONGE.